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Integração Ativa, no Guia Digital da Cidade:

Jardins de Chuva, Técnica ecológica e paisagista


Um jardim de chuva permite que a água da chuva se fixe ao solo, por meio de mudanças em inclinações no terreno e plantio de diversas espécies de plantas. Ele alimenta o lençol freático, irriga as plantas e árvores, poupa água, aumenta a umidade do ar por meio da transpiração das plantas, diminui ilhas de calor e ainda ajuda a combater enchentes.

Ele é construído como um jardim rebaixado, que recebe, retém e filtra a água que chega do piso próximo ou de telhados, além da própria chuva. A área alagável fica a partir do nível da redondeza para baixo. Sob ele, está um solo composto, que mantém a água por um tempo ali, irrigando naturalmente a vegetação.


O homem que plantava água

Um africano chamado Zephaniah Phiri Maseko vivia em uma região semiárida do Zimbábue e tinha 7 acres de terra. Agricultor, passou a observar mais atentamente como a chuva escorria em seu terreno e para onde ia a água. Com isso, começou a perceber que em algumas áreas o cultivo de alimentos não funcionava porque a água não infiltrava o solo e em outros a água acabava empossando ou causando erosões.


O seu sítio fica nas encostas de uma colina, voltado para NNE. No topo da colina há um afloramento grande de granito onde a água das enxurradas escorre livremente. A precipitação anual media é de 570 mm, mas baseada em extremos. Muitos anos são de seca, quando a terra tem sorte se receber 270 mm de chuva.

Para ter um melhor aproveitamento no uso do solo, começou a manejar estes locais. Construiu pequenas barragens, buracos e caminhos, aproveitando a ação da gravidade para organizar o fluxo de água na superfície, descendo com menos velocidade. Ele também contou com a ajuda da própria vegetação, que também contribuía para o manejo de água – os poços de seu terreno passaram a ficar sempre cheios.


Quando a água infiltrou no terreno de Phiri, o próprio solo se tornou o “tanque” de água, com a vantagem de evaporar mais lentamente. Também plantou espécies que precisavam de mais água nos locais mais fundos, para onde a água corria, e nos locais mais elevados (que recebiam pouca água), ele plantava às que necessitavam de pouca água.


Phiri tornou-se uma referência para a comunidade local e ganhou o mundo através da ONG Zvishavane Water Project para compartilhar suas práticas e mantendo-as vivas mesmo após seu falecimento em 2015.


Uma cidade no deserto dos EUA

Tucson é uma cidade do estado norte-americano do Arizona e fica em pleno deserto. Dificilmente chove, e quando isso ocorre, o solo não retém a água e logo fica tudo seco novamente. O permacultor Brad Lancaster, após conhecer Phiri, começou a aplicar os conceitos em sua própria residência.


De início, Lancaster observou que a chuva corria seu terreno e ia para a rua, então começou a construir algumas valas circulares mais profundas em torno da casa com vegetação para absorver a água da chuva. Então outros vizinhos começaram a fazer o mesmo. A vegetação voltou, junto com pássaros, e a sombra diminui a temperatura de deserto em até 6°C. As pessoas começaram a sair mais às ruas, andar de bicicleta, e, como consequência, houve uma queda nos índices de criminalidade na região.


Depois, os moradores também perceberam que quando chovia bastante, a rua fluía como um grande rio, mas a água era toda desperdiçada indo para os bueiros. Então eles começaram a cortar o meio fio e fazer entradas nas calçadas, como bolsões de água. As ruas se tornar grandes corredores de espécies nativas, com frutíferas e fauna, irrigadas apenas com a chuva, e ajudou também a controlar as inundações.


Espalhando os jardins de chuva

Um grupo de ativistas em São Paulo tem uma parceria com a prefeitura para que ela quebre o asfalto ou concreto de um local para que eles possam intervir e construir o jardim de chuva (projeto Novas Árvores por Aí). Locais que eram depósito de entulho hoje contam com uma bela e funcional paisagem. Individualmente, podem não ter tanta participação no balanço hídrico da cidade, mas atuam fortemente no ambiente local.


É importante escolher uma vegetação nativa, que suporte receber água irregularmente ao longo do ano. Desta forma, o canteiro se torna autossustentável e não precisa de rega. Cobrir o canteiro com pedra ou madeira ajuda a manter a umidade do solo e evita que a terra seja levada pela água durante as enxurradas. Dessa forma, as árvores crescem mais saudáveis e resistentes, com menos chance de serem atacadas por cupins e outras pragas.

Fontes:


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