Em meio a pandemia da COVID-19, uma professora teve uma ideia brilhante que trouxe alimento e esperança para a vida de seus alunos.
Com o aumento da quarentena e visando a prevenção na transmissão e contágio do vírus, todas as escolas do Brasil foram esvaziadas e os alunos passaram a assistir suas aulas remotamente.
O que foi uma solução para um grande desafio, revelou outros problemas. Um deles a pobreza. Os alunos não tinham acesso à internet para assistir às aulas, e com a ausência da merenda escolar, passaram a não ter comida.
Observando todo esse cenário, incomodada com uma matéria sobre o desperdício alimentar, a professora Sol Horti decidiu organizar um projeto para garantir a subsistência de seus alunos.
“Encaminhei uma mensagem para meus contatos pedindo informações sobre pequenos produtores que estavam com dificuldade para vender seus alimentos. A mensagem rodou muito rápido e comecei a ter respostas. Em maio de 2020, a ONG Instituto Kairós aceitou administrar a parte financeira e contábil do projeto, dando segurança para o início das atividades“, relembra a professora.
Ela então passou a procurar parceria com pequenos produtores que também estavam sofrendo com a pandemia e começou a adquirir deles os alimentos com dinheiro de doações.
“Damos preferência a produtos orgânicos. Eles são mais fáceis de comprar e garantem diversidade de nutrientes. Mas quando não é possível, compramos o alimento disponível, pois o importante é garantir a entrega das cestas“, conta a professora.
O ciclo de ajuda
Assim nasceu o projeto chamado De Ponta a Ponta. Que entrega cestas de alimentos às famílias dos alunos. No ano de 2020, auge da pandemia, o projeto conseguiu entregar 1.834 cestas de alimentos. Em média 70 por semana.
Através de sua iniciativa ela conseguia conectar dois grupos que sofriam naquele momento: os alunos e os agricultores. Para um foi providenciado alimento, para o outro, o trabalho.
Cada produtor, cooperativa ou rede de produtores tem sua situação analisada conforme nossa demanda, com objetivo de garantir diversidade de alimentos. Atualmente, temos em torno de 160 produtores cadastrados no projeto, todos do estado de São Paulo. Na RAMA, são 50 mulheres agricultoras, enquanto na Cooperquivale são mais de 100 produtores quilombolas”, pontua Sol.
Olhando para o futuro
Embora o projeto tenha nascido e se desenvolvido dentro de uma escola, sua idealizadora já traça os seus próximos passos. O objetivo agora é fazer com que o projeto alcance cada vez mais produtores e pessoas e o benefício comum seja levado a uma escala além da escola.
“A escola pode até ser um ponto de montagem e distribuição, porém, precisaremos de um local adequado para armazenar os alimentos recebidos. Outro ponto importante é ter uma equipe especializada em captação de recursos para garantir a sustentabilidade e crescimento do projeto“, diz a líder do De Ponta a Ponta
Por: Jimmy Alef
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