Uma máquina autônoma usa robótica, inteligência artificial e tecnologia a laser para identificar, apontar e eliminar ervas daninhas. Desenvolvida pela startup estadunidense Carbon Robotics, a solução é voltada para agricultores que atuam no plantio convencional e orgânico.
“Autonomous Weeder” é como foi batizado o robô capinador. Com lasers de alta potência, podem ser capinados de 6 a 8 hectares por dia. O produto melhora a confiabilidade e previsibilidade de custos, além do rendimento da colheita.
“A inteligência artificial e a tecnologia de aprendizado profundo estão criando eficiências em uma variedade de setores e estamos entusiasmados em aplicá-las à agricultura”, diz o fundador e CEO da Carbon Robotics, Paul Mikesell.
Além dos malefícios à saúde humana e do solo, a startup ressalta o fato de que o aumento do uso de glifosato, ingrediente ativo em herbicidas como o Roundup, fez com que as plantas invasoras se tornassem mais resistentes, criando o ciclo vicioso da necessidade de mais agrotóxicos.
Os robôs passaram por testes beta em fazendas de culturas especializadas, trabalhando em campos com uma variedade de culturas, incluindo brócolis e cebola.
“Espero que os robôs se tornem populares devido à eficácia com que tratam de alguns dos problemas mais críticos da agricultura, incluindo o uso excessivo de produtos químicos”, afirma James Johnson, que administra a fazenda que testou o robô e já encomendou dois modelos do produto.
Ervas daninhas versus Agricultura Orgânica A startup aponta, como um dos benefícios, a possibilidade de ser uma solução mais econômica para o manejo de ervas daninhas dentro de fazendas orgânicas – onde não há uso de agrotóxicos. Entretanto, é importante ressaltar que no sistema de produção orgânica o próprio termo “plantas daninhas” não é adequado. Geralmente, se usa o conceito de “plantas espontâneas” considerando que a interação das mesmas no solo com as plantas cultivadas nem sempre é danoso e pode ser até benéfico em alguns casos. As plantas espontâneas também podem ser indicadoras de solos pobres ou com desequilíbrio de nutrientes, portanto sua simples eliminação não é indicada em um cultivo realmente orgânico que considere o ecossistema local. De todo modo, a solução robótica não deixa de ser interessante em um contexto de aumento do uso de agrotóxicos. Nesta semana, o CicloVivo noticiou, por exemplo, a volta à pauta política do projeto de lei apelidado de “Pacote do Veneno”. O PL facilita a liberação de fabricação e uso de agrotóxicos.
Por: Marcia Sousa | Redação Ciclo Vivo
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