Os problemas nas cordas vocais afetam as pessoas reprimidas, que castram seu direito de expressão. Não se sentem em condições de defender-se e de expor seu ponto de vista. Mostram-se tímidas, mas na verdade são oprimidas. Por trás da aparente timidez existe uma grande dose de orgulho. A pessoa não se integra na situação, esconde-se atrás do silêncio. Evita se expor para não correr o risco de ser ridicularizada. Dentre as dificuldades da fala, destacam-se a gagueira, os calos nas cordas vocais, a perda temporária da voz e a rouquidão.
GAGUEIRA INCAPACIDADE DE FALAR POR SI TOLHER-SE NA EXPRESSÃO
A gagueira é de fundo puramente psicológico, geralmente causada por traumas emocionais. A pessoa que gagueja não se solta nem é espontânea numa conversa, reprime seu fluxo de expressão. Não se sente em condições de falar e, quando o faz, é com muita dificuldade.
Uma das causas da gagueira é a omissão dos sentimentos, que provoca a inibição e o constrangimento perante os outros. E muito difícil para quem gagueja falar de si, daquilo que sente e tem vontade. Não expõe abertamente suas reais necessidades. Além de sua dificuldade em verbalizar, é também muito subjetivo, não vai direto ao assunto, faz rodeio para falar algo que lhe diz respeito.
A subjetividade origina-se no fato de o gago acreditar que os outros não irão compreender aquilo que deseja transmitir. Para ele, dizer uma só vez não é suficiente, precisa explicar bem para reforçar suas idéias. Essa atitude demonstra insegurança, que é característica de quem não confia plenamente em si e na capacidade de transmitir seu ponto de vista.
No tocante ao tema abordado, a pessoa que gagueja pode até estar bem informada, mas vai gaguejar por falta de confiança em si mesma. Quando uma pessoa não sabe muito bem sobre o tema a ser explanado, vai dar umas "arranhadas" na pronúncia. Já o gago tem dificuldade de se expressar sobre qualquer assunto, não por desconhecimento de causa, mas por não acreditar em sua força de expressão.
O mesmo não acontece quando o gago se põe a cantar. Nesse caso flui livremente pela música sem engasgar. Isso ocorre porque ao cantar ele não está transmitindo suas próprias idéias, mas sim uma composição musical que geralmente não é sua. Ele possui baixa estima e depende do aval daqueles que o cercam. Dá mais importância ao que os outros vão pensar a seu respeito do que a seus sentimentos. Quando realiza algo, por melhor que faça, não se valoriza.
O gago alimenta um constante medo de não conseguir se expressar. Esse medo se torna um fantasma que o assombra durante toda a sua exposição. O medo não permite que a pessoa exponha seus impulsos naturais. Ele é uma das maiores agravantes da gagueira, causando tensão e ansiedade na hora de comunicar-se. A tensão e o medo são companheiros inseparáveis. Conscientes de suas dificuldades na verbalização, ao serem requisitados para falar, sentem-se angustiados.
A angústia é percebida pela sensação de aperto no peito que prende a garganta, sufocando a motivação pessoal. Sabe-se que a angústia é um medo social, através do qual a pessoa teme pela desaprovação dos outros. Esse é o maior receio do gago. Quem gagueja tem muita dificuldade em assumir um posicionamento e responsabilidade nos negócios e no relacionamento afetivo. Vive em dúvida e confuso, não tem clareza e objetividade para decidir. Faz o possível para protelar as resoluções mais importantes de sua vida.
Está sempre se boicotando naquilo que gosta de fazer. Não consegue recusar um pedido dos outros. Quando está envolvido em seus afazeres e é solicitado por alguém, fica contrariado, mas, mesmo assim, abandona suas atividades porque não sabe dizer "não". Nesse caso, sua dedicação é superficial, não se entrega de alma nas atividades alheias, faz por obrigação, porque não sabe negar. Em alguns momentos é solícito, em outros demonstra má vontade.
No entanto, sua displicência para com as próprias coisas é constante. Sua atenção é voltada mais para fora do que para dentro de si. A pessoa que gagueja reprime sua agressividade, é inibida e não consegue se impor com firmeza. O gago exige muito de si, não fala livremente o que lhe "vem à cabeça", pensa muito antes de se pronunciar. Quer mostrar-se correto e não admite cometer nenhuma falha. Isso é vaidade e orgulho. Nesse caso a gagueira se torna um mecanismo que favorece romper com esses sentimentos.
Para superar os problemas de gagueira é preciso sentir-se capaz de se manifestar para as pessoas, independentemente de como vai falar, quer gaguejando ou não. Agindo assim, a gagueira deixa de ser um obstáculo em sua comunicação, reduzindo-se à medida que vai se soltando e acreditando mais em si mesmo. Quando completamos as palavras que o gago não consegue finalizar, não o estamos ajudando em seu processo. Ao contrário, isso só atrapalha. Faz sentir-se ainda mais inseguro e incapacitado. Não adianta falar por ele, é preciso deixá-lo superar suas próprias dificuldades.
CALOS NAS CORDAS VOCAIS REVOLTA E ASPEREZA NA FORMA DE FALAR
O enrijecimento das cordas vocais reflete a postura interior de forçar a voz para impor autoridade, exercer o poder e dominar o assunto ou aqueles que estão ao seu redor. A insegurança ou falta de argumentação leva a pessoa a tentar ser persuasiva na comunicação forçando exageradamente a voz.
Essa condição também provoca a rigidez na maneira de falar, pronunciando palavras agressivas e reprimindo a ternura na expressão verbal. Quer fazer-se de "durão" para impressionar os outros e não demonstrar suas fraquezas.
A falta de firmeza interior ou de competência faz com que a pessoa tente impor respeito por meio da voz. Vale lembrar que o respeito é adquirido pela postura e não aos berros. Por isso, procure preservar uma boa condição emocional em lugar de forçar a expressão verbal para obter o poder e controle da situação. A revolta e a indignação, quando expressas pela via oral, em forma de grosserias e estupidez, são um fator metafísico desencadeador da calosidade nessa região do corpo.
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Crédito ao portal Pelo Amor da Deusa, pela reunião e compilação dos arquivos digitais.
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