‘Prometem sustentar a família deles lá fora’, diz agente penitenciário
- Marco Antônio Carvalho
- 26 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Um agente penitenciário da Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pam) em Boa Vista, que pediu para nem ser identificado, falou sobre a atuação de facções dentro do presídio. Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) – que há um ano foram responsáveis pela morte de 33 detentos – estão cooptando venezuelanos que chegam às cadeias locais.
“Estou na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pam) há três anos, período que coincide com a tomada do presídio pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Interessante é que, como nem havia essa rixa com o Comando Vermelho, muitos dos que morreram em janeiro haviam convivido até na mesma cela de seus algozes. Quando houve aquilo em Manaus, responderam atacando integrantes do CV, do Comando da Maioria, facção local ligada à Família do Norte [grupo criminoso com forte atuação na Região Norte] e ao CV. Para nossa surpresa, o Primeiro Comando da Capital (PCC) matou todos”, disse.
“O que modificou-se depois do massacre foi nossa relação com os presos. Antes, havia certa confiança porque entrávamos diariamente, à noite até. Nem existe mais isso. Somente entramos com escolta da Polícia Militar (PM), em operações. Somos oito agentes por aquipe de plantão e, na última contagem, os presos estavam em 1.213. Acredito que era para haver uns 50 agentes para essa população. Mas isso nem existe”.
“Com relação aos venezuelanos, a maioria chega com crimes pequenos, mas isso é o pior. Os caras do Primeiro Comando da Capital (PCC) os abordam e convertem-nos. Prometem que irão sustentar a família lá fora. Lá é mais fácil armamento e drogas. Como o cara vai recusar? Muitos que caem lá é porque estão passando fome – cara que roubou celular, moto. Fala que nem tem emprego, fala que tem de mandar dinheiro para a família que está lá – 90% é desse perfil. Convidam e o cara aceita, garantem que sustentam a família lá fora. E, para pagar a mensalidade, alguém precisar assaltar. É um ciclo”, finalizou. As informações são do jornal “O Estado de São Paulo”.
Por: Marco Antônio Carvalho











































































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