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Quero da vida aquilo que eu puder levar - Eduardo Marinho

  • TribuCrítica
  • 28 de jan. de 2019
  • 6 min de leitura

Me disseram que o objetivo da vida é ficar rico, e é mentira. Construir patrimônio, ganhar dinheiro (Sempre me pareceu pouco). São paliativo para a angústia, uma angústia que não passa com uma vida vazia. E uma vida atrás de benefícios materiais é uma vida vazia. E para mim isto se comprova pois você morre e todo seu patrimônio fica, você não leva.

Se você nasceu, você vai morrer. O sentido [direção] da vida é a morte!

Qual o proveito que você vai dar a esta viajem? Isto é outra coisa. Se você quiser um sentido além do sentido natural, que é a morte, vai depender de sua postura interna, de suas escolhas, de sua visão de mundo, de seus sentimentos, de seus desejos, de seus objetivos de vida, de seus valores, ai cabe a você questionar: Quais valores são meus? E quais [valores] foram implantados pelas instituições sociais?

Na ultima conversa que tive com meu pai, foi exatamente esta pergunta:

- O quê que você quer da vida?

E eu respondi: Tudo o que eu puder levar!

Por que dinheiro, conforto, consideração social, privilégios, para mim é pouco. Eu queria mais do que isto. O que que eu queria eu não sabia bem, mais eu queria satisfação de estar vivo, e eu não tinha.

Eu não sei o que quero da vida, mais estou aprendendo o que não quero.

Eu não vou ver um mundo justo, mais eu trabalho por um mundo justo. Por que se eu não trabalhar por um mundo justo minha vida não tem sentido.


Se eu tenho uma existência que beneficia a meu entorno, que eu vejo que as pessoas dão proveito e é bom para elas, isto me realiza, não consigo pensar só em mim, não consigo usufruir de privilégios vendo gente na miséria: acho constrangedor, acho vergonhoso.

O programação é que você seja um competidor implacável. Isso não no modelo educacional, mais sobre tudo a midia, a comercial que se infiltra em cada casa, usando a psicologia do inconsciente para criar valores materiais, valores superficiais, para criar desejos de consumo compulsivo, e as pessoas através dessas necessidades, artificiais e materiais esquecem de satisfazer suas necessidades internas e imateriais.

Não é atoa que se tomam toneladas de anti-depressivos todo dia. Por que as vidas são deprimentes, quando são focadas apenas no material. Se cada um tomar do mundo apenas para si aquilo que sente que é realmente necessário, para sua existência, para seu exercício de humanidade, o mundo muda. Não haveria fome. Não haveria abandono. As pessoas perceberiam que é vantagem para todo mundo ter uma sociedade instruída, que é necessário ter um investimento massivo em educação para prepara as crianças.

Essa multidão de crianças que nascem na miséria já tem um destino traçado, de sofrimento, de exploração, de ignorância, de inconsciência, por que o modelo social é criado para isto.


ENTREVISTADOR: Então, o dinheiro é mau?


- Não, o dinheiro não é bom, nem mau. O dinheiro é um valor de troca. O problema não é o dinheiro. O problema não é a matéria.

O problema é a ambição. O problema é o egoísmo. O problema é a ânsia o problema é a necessidade de ser melhor que os outros. Uma necessidade implantada, artificial.

Se você se contentar e usar só o que você precisa, você vai ter um comportamento evolutivo. O problema é quando você começa a achar que precisa mais do que necessita. Se o sentimento estivesse no primeiro plano, a sociedade seria outra.

O que eu fiz foi priorizar o que eu sinto. É como seu eu dissesse para minha razão: Desce dai que você não é capaz de comandar. Quem vai comandar é o sentimento. Você vai ser assessora do sentimento, para resolver como colocar em prática o sentimento resolvido.

A partir deste momento, minha vida mudou. A vida ganhou sentido, a vida ganhou gosto. Ganhou sabor, ganhou cores. Quando tirei minha razão do centro de importância reconheci a precariedade desta razão. Reconheci que existe uma indução para colocar a razão no comando. Por que a razão pode ser modelada, pode ser condicionada, ela pode ser enquadrada e ela é enquadrada, no modelo de ensino que a gente tem.

Você pega uma criança, coloca ela na escolha e uma das primeiras coisas que ela vai ouvir "você não pode se divertir enquanto você aprende. Você vai deixar para se divertir na hora do recreio." - Já esta enquadrando aquela razão, para quando chegar na idade adulta aceitar o trabalho como um sacrifício, não como um prazer, é um sacrifício e você deixará a diversão para as horas vagas, ai você vê as pessoas loucas por uma sexta-feira, em depressão na segunda-feira, por que aceitam o trabalho como um sacrifício.

Foi esta aceitação que eu eliminei. Eu vou trabalhar no que eu adorar. Eu so vou trabalhar no que eu gosto para viver, sem necessidade de ganhar muito, posso não ganhar nada.

Se eu tivesse que apontar o maior problema do mundo diria que é a falta de consciência. Consciência com relação a realidade. Consciência de que a estrutura social é falsa, é mentirosa, é criminosa, é hipócrita.

Consciência de que a vida que a gente vai levar não precisa ser medíocre, não precisa ser angustiante, pode ser solidária, pode ser realizante. Se você toma consciência você não se deixa escravizar. Você se dá conta que o patrão não é o forte, é o fraco, é o dependente, é o que se mata se perde tudo o que 'tem', e o pobre que é tido como fraco ele é o forte. Ele supera as dificuldades todos os dias. Ele vive de uma forma que o patrão dele não aguentaria.

Tomar consciência, é isso. É perceber como as coisas são invertidas quando representam para a gente e parar de nos deixar enganar, por que estes que comandam são muito poucos. Eles precisam dos empregados para fazer tudo. E os empregados fazem por que não tem consciência.


ENTREVISTADOR: Quando um Patrão, por exemplo, contrata 10 garçom (E o estado explora as empresas).


Ele explora os 10 garçom, é inevitável, é a estrutura social. Eu não trabalho com o conceito de culpa. Não olho para o dono do restaurante como se ele fosse um perverso, culpado - ele esta exercendo a perversidade social, é natural que ele faça isto, e ele acredita que não é perversidade. Quem sou eu para julgar? Ele é fruto de uma estrutura. Nós estamos trabalhando na estrutura, não contra ela, mais por ela.

O trabalho mais importante que existe na sociedade sem o qual nada funciona, é o trabalho braçal/manual. É o trabalho de baixa qualificação. É quem carrega o mundo nas costas. É quem coloca um tijolo em cima do outro, é quem costura cada roupa, é quem planta e colhe cada comida, é quem carrega e quem entrega, é que coloca as máquinas para funcionar, quem conserta as coisas, quem põe a rua,o asfalto, o cimento, os postes, os fios, os canos, TUDO! Tudo é feito por mão de obra barata. Tudo é feito pela massa ignorante. Então o ensino público não tem a intenção de instruir o povo, por quê o um povo instruído não se deixa dominar, é preciso criar a ignorância, e a função do sistema público de ensino é criar a ignorância e enquanto a educação privada é feita para aqueles que vão administrar os ignorantes. Aqueles que vão fazer a crueldade, que vão aproveitar da baixa qualificação do público, sa sabotagem educacional do povo, então um tio/alguém vai ser um gerente, ele vai te cobrar, ele vai ter que pressionar, ele vai ter que pagar salário baixo, ele vai ter que convir com a crueldade da sociedade, ele vai ter que ser cúmplice da perversidade social, então a classe média é uma classe que tem que violar sua consciência para manter seus direitos e privilégios, tem que ser indiferente às injustiças e aos crimes que o estado comete contra o povo, cotidianamente.

Necessitam de pobres para trabalhar e precisam de pobres que aceitem qualquer condição de trabalho com medo de cair na miséria, então a miséria não é uma casualidade, não é uma infelicidade, não é uma fatalidade, é uma criação social. A estrutura social foi montada, por pouca gente que tinha consciência de que a estrutura é ****.


ENTREVISTADOR: O que se pode fazer para mudar isto?


A primeira coisa é enxergar. As pessoas querem encontrar saídas, e não há saída, tem caminho. Enxergar a realidade antes de você decidir o que fazer. A sociedade humana ainda não é humana. Ela esta ensaiando para ser. E eliminar esta ânsia dever o mundo evoluindo, a gente não vai ver o mundo evoluindo. Se a gente sonhar com um mundo perfeito, você vai morrer desiludido e se contentar com trabalhar no aperfeiçoamento do mundo você vais cumprir sua vida com satisfação e vai saber que você não vai colher estes frutos, mais saibas que estas plantando e só isto vai satisfazer sua vida.

Que as pessoas possam abrir os olhos e que possam enxergar a realidade além do que ela é demonstrada. Que possam quebrar suas lentes fabricadas pelo sistema, que possam buscar seus próprios valores e não os valores que foram programados, que possam criar seus próprios comportamentos e não adotar aqueles que são induzidos/condicionados pela sociedade. Que possam agir de acordo com seus desejos e não por desejos programados/implantados por um massacre de publicidade permanente.

Se tiver proveito, esta bom demais.


Transcrição de Audio de Entrevista de Eduardo Marinho

Elizangela Trindade

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