Alunos desenvolvem tratamento para queimadura com folha de goiabeira em Cascavel (CE)
- Gabriel Pietro
- 13 de set. de 2019
- 2 min de leitura

Um grupo de alunos de uma escola pública do Ceará se tornou finalista de um prêmio nacional de soluções inovadoras. Eles desenvolveram um filme biodegradável para queimadura de pele e lesões cutâneas feitos a partir da folha da goiabeira (Psidium guajava).
Batizado de “Respostas para o Amanhã”, o prêmio promovido pela Samsung escolheu dez projetos finalistas. Entre eles, estava o da Escola de Tempo Integral Marconi Coelho Reis, em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza (CE).
Na mesma cidade de 85 mil habitantes, a Escola de Ensino Médio Ronaldo Caminha Barbosa também foi uma das instituições finalistas com o projeto “Agri+: Combatendo a escassez de água e melhorando a agricultura com polímeros sustentáveis”. Cada uma das escolas já recebeu uma TV Samsung 55” e um notebook.
O próximo passo é produzir um vídeo para defender o projeto. No dia 30 de setembro, três vencedores nacionais serão anunciados. A equipe mais bem classificada será convidada a apresentar o projeto na etapa regional, em São Paulo.
Nesse meio-tempo, entre 23 a 29 de setembro, as escolas cearenses vão precisar de votos online para superar as concorrentes e conseguirem estar entre as três mais votadas na categoria júri popular.
Goiabeiras em abundância
Todos os alunos da turma do 3º ano D da escola Marconi Coelho Reis são participantes da iniciativa, mas sete alunos são titulares do experimento de sucesso.
Substituto dos filmes plásticos, prejudiciais ao meio-ambiente, o filme de Psidium guajava, tem ainda propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas para tratar queimaduras e lesões cutâneas.
A orientadora dos alunos é Heloína Capistrano, professora de biologia do ensino médio. Ela diz que o filme biodegradável baseado na folha da goiabeira advém de uma árvore muito comum no município.
Heloína afirma estar satisfeita com os resultados. “Fiquei grata por elevar e colaborar com eles na pesquisa, na leitura, no interesse pela Ciência, tirando esses alunos da ociosidade. Eles são apaixonados pelo laboratório, passaram várias horas do último ano estudando a matéria-prima. Após testes, erros e acertos, foi criada a película perfeita”, conta a professora, que leciona as disciplinas opcionais (eletivas) Iniciação Científica e Práticas de Laboratório.

Tratamento para queimadura
A estudante Lígya Nogueira, 19 anos, integrante da equipe que elaborou o projeto do biofilme conta: “Usamos amido, glicerol e água na composição e tiramos da folha da goiabeira uma substância parecida com farinha. O amido e o glicerol são plastificantes. Então, peneiramos e maceramos”.
De acordo com ela, os testes realizados indicaram a cicatrização mais rápida de uma queimadura de primeiro grau, ficando na pele por 7 dias. “Por se tratar de um composto biodegradável, a decomposição na natureza também se realizou de forma acelerada e sem agredir o meio ambiente.”
O Projeto Biofilme visa promover a iniciação científica nas unidades de ensino de tempo integral da rede pública estadual cearense e faz parte da metodologia de disciplinas eletivas ofertadas nessas instituições.
A professora Heloína conta que agora o próximo passo é viabilizar o produto em massa, a baixo custo. “É um filme eficaz, econômico, e sustentável”, completa a professora. O produto também é candidato em outras competições científicas.
Fonte: Gabriel Pietro/ RPA
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