Os insetos ajudam a aumentar a qualidade e a produção das hortaliças plantadas pelos agricultores urbanos.
Curitiba mais que dobrou o número de hortas urbanas com o projeto Jardins de Mel, que desde 2017 está espalhando caixas de colmeias por vários pontos da capital, como hortas, parques, praças, Zoológico e Fazenda Urbana. Agora, são ao todo 20 áreas de plantio com as charmosas “casinhas”.
A ampliação do projeto Jardins de Mel é uma parceria das secretarias municipais de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e Meio Ambiente (SMMA). Até o fim do ano, mais dez espaços de cultivo e o Mercado Municipal irão receber as colmeias.
Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, destaca que o objetivo do Jardins de Mel é tornar a população mais consciente sobre a importância das abelhas para o equilíbrio da biodiversidade do planeta. Mas, no caso das hortas, esses insetos também ajudam, por meio da polinização, a aumentar a qualidade e a produção das hortaliças plantadas pelos agricultores urbanos.
“Os insetos polinizadores e, em especial, as abelhas são de vital importância para a agricultura e os ecossistemas. Sem elas, não se poderia manter a vida vegetal na terra, já que para a reprodução das plantas é necessária a propagação do pólen”, justifica Gusi.
Além disso, mesmo para as culturas que se polinizam de forma autônoma, as abelhas são benéficas porque aumentam a produtividade e a qualidade.
Espécies
Nas hortas urbanas de Curitiba, três espécies de abelhas nativas sem ferrão – Jataí, Mirim e Mandaçaia – estão sendo criadas nos chamados “meliponários” (espaços com colmeias). As casinhas são instaladas estrategicamente junto a muros e entre árvores e arbustos, que as protejam de variações climáticas.
“Tudo é pensado para manter a integridade das caixas e para que a colmeia fique livre do frio do vento ou do calor do sol, que obrigariam as abelhas a gastarem mais energia para manter a temperatura interna da caixinha. Essa energia, na realidade, elas precisam usar para se locomoverem até a fonte de alimento: as plantas que forneçam pólen e néctar durante a maior parte do ano”, explica Felipe Thiago de Jesus, diretor do Departamento de Estratégias de Segurança Alimentar e Nutricional da SMSAN e idealizador do projeto Jardins de Mel.
Por meio do Programa de Agricultura Urbana da SMSAN, a prefeitura apoia 106 hortas urbanas que ocupam 157,5 mil metros quadrados, entre espaços comunitários, em escolas e institucionais (em casas de idosos e de apoio a dependentes, por exemplo). São 5,7 mil produtores participando diretamente do plantio e 17,9 mil pessoas sendo beneficiadas com os alimentos.
Redação Ciclo Vivo
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