O objetivo do encontro foi debater propostas para solucionar o caos na saúde, por conta dos atrasos de repasses do estado
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM, Neurilan Fraga, liderou um grupo de prefeitos de todas as regiões do estado em reunião com o governador Pedro Taques, nesta terça-feira (30). O objetivo do encontro foi debater propostas para solucionar o caos na saúde, por conta dos atrasos de repasses do estado. Na oportunidade, os prefeitos reforçaram o posicionamento contrário ao desconto de recursos do Fundo Estadual de
Transporte e Habitação (Fethab) da parcela que cabe aos municípios, para quitar o débito do estado com os hospitais regionais e as próprias prefeituras.
O prefeito de Peixoto de Azevedo, Nelson Paim, lembrou que os municípios já são parceiros do governo na busca por soluções que atendam aos cidadãos, inclusive mantendo serviços da atenção básica mesmo após meses de atrasos nos repasses. “Viemos sensibilizar o governo do estado de que não se pode mexer nos repasses do Fethab aos municípios, que são os entes que recebem menos recursos e estão fazendo milagres com o fundo para manter as estradas”, afirmou.
Para o prefeito de Juína, Altir Peruzo, é preciso que se faça a repactuação da saúde para que os recursos sejam melhores aplicados e distribuídos pelas regiões. “As discrepâncias dos gastos de saúde do governo per capita nas regiões são gritantes. Na região Norte, por exemplo, o estado investe R$ 42,46 e na região Oeste, R$ 38,44. Enquanto isso na região do Arinos o gasto é de R$ 7,99 per capita e na minha região, que é a mais distante da capital depois do Araguaia, o governo gasta apenas R$ 1,97 por pessoa”, revelou.
Altir também frisou que os prefeitos não são contra a utilização do fundo para regularizar os repasses da saúde, mas discordam que esses recursos sejam retirados da parcela que cabe aos municípios. “O estado fica com R$ 1 bilhão do que é arrecadado do Fethab, os municípios com apenas 230 milhões”, lembrou.
O prefeito de Comodoro, Jeferson Gomes, explicou que o anúncio de que seriam retirados os recursos das prefeituras mobilizou os prefeitos em um movimento apartidário, em defesa dos municípios. “Se nós prefeitos não estivéssemos fazendo a nossa parte e assumindo responsabilidades do estado, o governador não conseguiria mais fazer gestão”, frisou.
Na opinião do prefeito de Marcelândia, Arnóbio Vieira, o uso do Fethab do óleo diesel não vai “salvar” a saúde em Mato Grosso. Ele classificou a proposta como uma agressão à economia dos municípios. “Não estamos posicionando contra o governador, porque se o governo vai bem o estado vai bem, mas essa mobilização é uma demonstração de responsabilidade com os municípios”, disse. Para Arnóbio o problema é a má gestão dos recursos.
Os prefeitos de Bom Jesus do Araguaia, Joel Ferreira, de Chapada dos Guimarães, Telma de Oliveira, e Confresa, Ronio Condão, também se manifestaram contrários à utilização dos recursos do Fethab que cabe aos municípios no pagamento das dívidas do estado.
Agência de Notícias da AMM